sexta-feira, 25 de maio de 2012

Professor da Unesp de Presidente Prudente é um dos autores do Atlas do Trabalho Escravo no Brasil

Doutor em Geografia desde 2008:
O Prof.Dr.Eduardo Paulon Girardi (30 anos) se graduou pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp - Campus de Presidente Prudente - onde vem atuando com especialização em Questões Agrárias. O Atlas de sua autoria é um perfil típico do escravo brasileiro do Sec.XXI: Migrante maranhense, do norte do Tocantins ou do Oeste do Piaui.

  •         A notícia foi dada em primeira mão pela Internet - através do Portal da Universidade - e ganhou repercussão nacional. O tema abordado é dos mais atualizados, gerando polêmica e investigações em torno do assunto que a maioria da população brasileira ignorava: o trabalho escravo existe! Na produção desenvolvida pelo jovem professor universitário juntamente com Hervé Terry, Nely Aparecida de Mello  e Júlio Hato (da USP) tornou-se possível compor o "Atlas do Trabalho Escravo no Brasil". Foi a somatória de quatro meses de pesquisas envolvendo inicialmente o Maranhão, onde  os trabalhadores (do sexo masculino e analfabetos), foram aliciados e levados para as fronteiras móveis da amazônia - em municípios de criação recente - para serem escravizados no Pará e Estado de Mato Grosso. Entre 1995 e 2010 - segundo revela a publicação - foram libertadas 39.180 pessoas que viviam em condições desumanas. Eram trabalhadores do campo envolvidos em atividades de carvoarias, pastoreio e desmatamento em Fazendas da região amazônica.  

Conforme relata o Prof.Girardi, o aliciamento de trabalhadores braçais é feito pelos chamados "Gatos", que prometem tudo da melhor qualidade e salários atraentes, mas chegando ao local determinado para exercer a atividade, a história toma outro rumo. Os contratantes exigem coisas impossíveis e ignoram as Leis Trabalhistas e os Direitos atribuídos ao Trabalhador. Tudo que se relaciona ao consumo de quem trabalha é debitado com valores exorbitantes e a remuneração do trabalho prestado é a menor possível; além do regime de cativeiro em alguns casos; ameaças e privação de liberdade exercidos por elementos identificados como "Seguranças", que impedem a saída e chegam até a espancar todo trabalhador que reclamar seus Direitos. 

Diz o Portal da Universidade: "A obra utiliza fontes oficiais e consolidadas do Ministério do Trabalho e da Comissão Pastoral da  Terra; e detalha as ocorrências por setores da economia e em todo o território nacional. Além do diagnóstico inédito, o Atlas oferece dois produtos novos para a sociedade brasileira: o Índice da Probabilidade de Trabalho Escravo e o Índice de Vulnerabilidade ao Aliciamento. De acordo com o autor, essas são ferramentas inovadoras e essenciais para gestores de políticas públicas; e podem contribuir expressivamente para o planejamento governamental  no combate a essa prática criminosa, que ainda é adotada no Brasil. Ele destaca também que com esses dados, financiadores e empresas podem evitar associações com empresários ligados ao trabalho escravo" - ressalta.


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